Amorizade

Amor + Amizade – Termo de Luandino Vieira

Ilha 07/05/2016

Filed under: generalidades — jacky @ 10:37 pm

Falaste muitas palavras que se acotovelavam umas atrás das outras, mas nem as conseguia ouvir. Eram tantas que se avolumaram, formaram uma corrente onde a minha mente estava prestes a afogar-se, onde o teu amor se tinha deixado levar. Se, pelo menos, conseguisse agarrar uma delas, daquelas que ainda estavam presas ao passado, daquelas que ainda guardavam sorrisos e carícias dentro de si… Essas foram as primeiras a desvanecerem-se no turbilhão de emoções que corriam dentro de ti, contra mim…

Misturaram-se as palavras. Baralharam-se. Deixaram de fazer sentido juntas. Perderam-se as palavras que eram nossas e eu assim fiquei como ilha isolada em oceano hostil, palmeiras fustigadas por furacões sucessivos e incessantes, recolhida em mim, apenas para sobreviver, mas com vontade de me deixar apagar do mapa…

Boa sorte… Ficaram apenas estas duas palavras que vi saírem por entre os teus lábios fechados. Boa sorte…
Sou ilha. Mesmo perdida, serei sempre o sonho de alguém, a evasão de uma alma perdida como eu…

 

Abismo 01/07/2015

Filed under: generalidades — jacky @ 10:12 pm

O amor… ai o amor… Quem nunca suspirou por amor? Quem nunca andou nas nuvens por causa de um olhar que enfeitiçou? O amor é a energia mais poderosa do mundo. Na sua falta, é também a mais dolorosa.
Porque haveria de ser este amor impossível? Porque haveria de ter um muro entre nós? Por ti, seria capaz de o escalar, nem que que caísse, nem que tivesse de treinar para o poder trepar.
Porque haveria um terramoto de criar um fosso para nos separar? Por ti, aprenderia a construir um barco para chegar à tua margem, de erigir uma ponte onde pudéssemos encontrar-nos a meio. Porque haveria tanta distância entre nós quando as nossas mentes estão tão próximas? Por ti, seria capaz de ser Houdini e desprender-me das correntes, de mudar toda a minha vida só para estar contigo. Porque haveria de ser este amor impossível?
Amanhã, será outro dia, quando eu tiver partido…
01.02.2015

(Devaneio inspirado neste tema de Romeu e Julieta)

 

Não te preocupes 28/06/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 10:41 pm
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Não te preocupes

Não te preocupes, se pensares bem na própria palavra ela quer dizer que ocupas a tua mente com pensamentos negativos antes de acontecerem. Tenta ser feliz cada dia que nasce, não porque tens uma casa, um amor, filhos, amigos ou outras posses, mas simplesmente porque existes. Em cada amanhecer, renasces para um novo «eu» e cabe a ti contar a história: seja ela a rotina do dia anterior ou uma vida reconstruída. Porque sim há dias em que tudo corre mal, em que as dores são insuportáveis, em que os problemas nos esmagam, mas será que, às vezes, não caímos em desgraça de nós próprios?
Não te preocupes, até te podia dizer aquelas frases feitas que, depois da tempestade, vem o sol, que há um luz ao fundo do túnel e que há um farol que te guia na escuridão, embora saiba que não te vão fazer sentir melhor. A verdade é que nós somos o que pensamos e que nós é que temos de educar a nossa mente a mudar de rumo, a abraçar a luz em vez de cair na escuridão, de cortar o novelo de pensamentos que não produz nada, apenas enrola e enrola, é necessário acreditar que os pesadelos não são um prenúncio de um mau dia, nem que a desgraça nos há-de perseguir para sempre.
Não te preocupes, a vida é frágil, só estamos de passagem, aproveita o momento que passa porque nunca mais o poderás recuperar. Sorri por sorrir, sê gentil mesmo que não o sejam contigo, irradia generosidade, sê amorizade. Só tu podes fazer a diferença entre um dia cheio de preocupações ou um dia cheio de pequenos momentos felizes…
28.06.2015

 

Para casa 25/06/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 9:36 pm
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Quem é que te vai ouvir quando todos estiverem surdos? Quem é que te vai aconselhar quando todos emudecerem?  Quem é que te vai levar a casa quando todos adormecerem? Quem é que te vai dar a mão quando todos cristalizarem? Quem vai ficar ao teu lado quando todos desertarem? Quem é que te vai compreender quando todos enlouquecerem?

Porque, um dia, vais compreender que não precisas de fazer tudo sozinha. Nem é uma questão de dares o braço a torcer nem de abdicares do orgulho. Estás habituada a contar apenas contigo desde que te lembras de ser gente… Porque, um dia, vais perceber que a grande maioria só está interessada nos próprios problemas, mas eu não, eu não. Quando é que vais finalmente atravessar a ponte até mim?

25.06.2015

(Devaneio inspirado em Drive dos Cars, a pedido da Susana Chaves)

 

Queria dizer-te 24/06/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 9:41 pm
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Ele pensou para os seus botões: quando chegar a casa vou dizer-lhe o que se passa, que ela foi a minha maior paixão e que já que vamos de férias, é melhor aproveitar para darmos um tempo. Quando chegar a casa, vou dizer-lhe que nunca amei alguém como ela, que será sempre um marco na minha vida, uma das melhores recordações. Talvez seja melhor dizer-lhe que já não a amo. Ela vai achar que tenho outra. Se calhar, era melhor que assim fosse, ficava-me com raiva e pronto. Mas a verdade, é que não há ninguém. Apenas não aguento mais esta rotina, estar sempre a fazer o mesmo, no mesmo lugar, com as mesmas pessoas. Não aguento mais a repetição dos dias sempre iguais. Preciso de mudar de horizontes, de me ver espelhado noutros olhos, de conhecer pessoas diferentes e viver uma vida diferente, talvez mudar de pele. Quando chegar a casa digo-lhe…

Chegou a casa, ela sorriu-lhe e disse-lhe: – Vamos ao cinema?
E o discurso voou para o dia seguinte, ou talvez daqui a um mês. Quem sabe? – Vamos. Respondeu.

24.06.2015
(devaneio inspirado na canção de Lionel Kazan, je voulais te dire)

 

you’ve got a friend 22/06/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 10:22 pm
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O dia cinzento em ti sinto-o cá dentro. Agarra este raio de sol que está contigo no meu abraço. Se, ao menos, me deixasses tocar-te…
O sabor amargo em ti é como uma raspa de toranja que afasta a amizade. Se, ao menos, acreditasses que há doçura em alguns amigos verdadeiros…
O silêncio que emana de ti não verbaliza o tumulto que leio nos teus olhos. Se, ao menos, soubesses que não estás só, que há quem queira ser farol para te guiar no caminho…
Porque a amizade é como uma quantia que depositamos no banco do tempo. Quando eu precisar, também cá estarás? Espero que sim. E se não estiveres, alguém há-de estar porque a verdadeira amizade não espera nada em troca, apenas dá. Quando apoiamos alguém, irradiamos energia que há-de voltar num dia cinzento em nós…

22/06/2015

 

Tainted love 18/06/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 11:09 am
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Estávamos destinados a ficar juntos para sempre. Assim são os amores perfeitos. Feitos um para outro, entendíamo-nos sem palavras. Tanta coisa em comum, tanta história construída juntos, nada nos poderia separar. Dizem que as almas gémeas de reconhecem porque estão unidas desde o início dos tempos.
Éramos almas gémeas, mas um dia começou a doer. Afastamo-nos sem darmos conta. Palavras retidas que deveriam ter sido proferidas cresceram até submergirem o amor que foi o nosso. Aquilo que era eterno, quebrou-se algures no tempo.
Doeu por muito tempo estarmos longe um do outro, separados e ainda juntos. Quem falhou? Talvez o tempo que nos fez reencontrar numa era que não deveria ser nossa. Não sei porque não deu certo, só sei que te perdi, amor meu, futuro meu, vida minha…
Andei sem rumo, aprendendo a viver um dia de cada vez, desconstruindo o que tinha sonhado até ao fim dos tempos, escrevendo uma linha de cada vez. Habituada a escrever capítulos e páginas, senti-me perdida na pequena linha a que ficara reduzida.
Voltei a viver, não esperando mais nada do futuro nem de ninguém. Agora acredito que o amor que tivemos foi algo de belo que me aconteceu, para poder aprender a preencher o vazio de mim quando acabou.
Um dia de cada vez, por mim!

18.06.2015

 

Escrava do amor 15/06/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 10:52 pm
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Escrava do amor

Querias que eu fosse escrava do amor, sujeita aos teus humores e desamores. Querias que eu estivesse prisioneira dos meus sentimentos, novelo por enredar. Querias que que estivesse presa a ti, por cordas invisíveis ao olho humano, visível pela minha paixão. Querias que eu me perdesse no labirinto e que me reencontrasse apenas pelo fio que me terias deixado seguir.. Querias que vivesse fascinada pelo teu ser sem me prestares atenção.
Querias que eu fosse e fui. Queres que eu seja, mas já não sou escrava do amor. Nada me prende, apenas a consciência de mim a pensar em ti….
15.06.2015

(devaneio inspirado nesta canção de Bryan Ferry)

 

Triste 05/06/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 11:51 am
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Quando me sinto triste, basta olhar para ti e o que me rodeia ganha nova cor. Estar perto de ti, faz-me sentir bem com o mundo. Ouvir-te respirar, é como dar valor a cada segundo que passa. A tua vida dá um novo significado à minha existência. Faz-me acreditar na doçura e na amenidade. Porque há dias em que não apetece sorrir, dias em que bastaria apenas tu…
05.06.2015

(devaneio inspirado nesta canção de Phill Collins)

 

Palavras 01/06/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 11:24 pm
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Dizem que as palavras são cristalinas como um rio acabadinho de sair da nascente. Descem pela encosta, saltitantes e risonhas, piscando o olhos aos salmões que as tentam comer. Aqui e ali, chocam contra os ursos pardos que não as querem.
Dizem que as palavras são charmosas como as flores que embalsamam o ar na Primavera, vestidas com as suas pétalas mais luminosas. Ondulam suavemente ao vento, sobem às árvores e avistam as nuvens velozes ao longe.
Dizem que as palavras são pesadas como a torrente que engrossou em dia de tempestade. Ferem quem as ouve e quem as diz, palavras que saem sem controlo, selvagens.
Dizem que as palavras não são fáceis quando toca a emoções, que não correspondem ao que é sentido. Ficam paradas na mente sem quererem revelar-se no exterior, secretas e escondidas.
Dizem que as palavras são fáceis para mim e são. Saltam dos meus dedos para o papel, para o teclado, inspiradas, fáceis, mas quando olho nos teus olhos ficam presas pela trela e nada digo…
01/06/2015

(Devaneio inspirado nesta canção de FR David – Words)

 

Maravilhoso mundo 27/05/2015

Filed under: generalidades — jacky @ 11:03 pm

Mundo maravilhoso, é o que eu vejo quando abro os olhos pela manhãzinha. Ainda tenho os sonhos da noite espelhados na minha mente, imagens salpicadas em tons lilases. O aroma do café faz piruetas por entre as flores que plantei num vaso.

O passado pode insistir em perseguir-me, mas não vou mais esconder-me. Permaneço parada, sentindo o sol nos meus olhos fechados, pronta para lhe perdoar, pronta para dar lugar ao presente. Eu é que decido se sou areia e me deixo levar pela maré ou se sou farol que se mantém firme em dias de tempestade.

Mesmo que tenha de seguir o meu caminho sozinha, eu é que escolho deixar brilhar o sol em mim, não deixar que as intempéries me derrubem, apostar na suavidade das nuvens altas que me contam histórias.

Mundo maravilhoso, é o que sinto antes de adormecer, agradecida por ter passado mais um dia em que distribui sorrisos, em que abracei contra o peito o desespero de quem precisava de apoio, em que fui energia, mundo maravilhoso…

Jacqueline Lima

27.05.2015

Devaneio inspirado nesta canção

 

Se, ao menos, conseguisse tirar-te dos meus pensamentos…

Filed under: generalidades — jacky @ 10:44 pm
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Se, ao menos, conseguisse tirar-te dos meus pensamentos…
Assim que te vi, fiquei assim sem resistir à minha mente. Passaste a povoar todos os meus sonhos, a invadir os meus lugares secretos, sem que eu pudesse lutar contra isso. É como se me tivesses enfeitiçado pelo olhar. É como se um holograma de ti morasse em mim. É uma luta perdida desde o princípio dos tempos, em que a primeira mulher se enamorou de um homem…
Se, ao menos, conseguisse tirar-te dos meus pensamentos...

(devaneio inspirado nesta canção)
27.05.2015

 

Se, ao menos… 18/05/2015

Filed under: generalidades — jacky @ 10:11 pm
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Se, ao menos, pudesse estar no teu caminho, quando passas, para que reparasses em mim. Se, ao menos, pudesse olhar-te nos olhos para que lesses todo o meu amor por ti.  Se, ao menos, pudesse ouvir-te num dia em que eu não fosse invisível. Se, ao menos, pudesses ouvir as palavras encarceradas na minha cabeça que teimam em não sair. Se, ao menos, a minha postura fosse como a tua, de convicções fortes, pronto a mudar o mundo. Se, ao menos, eu fosse especial, intenso como tu, talvez não me sentisse assim.

Porque tu és sábio e eu trato a loucura por tu desde que me conheço. Porque tu és belo e eu sou uma qualquer. Porque tu és sol e eu sou escuridão. Porque tu és perfeito e eu não presto…

Talvez se olhasses para trás, reparasses que sou tua sombra. Talvez, um dia…

(devaneio inspirado na canção creep dos Radiohead)

Jacky (18/05/2015)

 

Cesário Verde V/F 15/05/2015

Filed under: generalidades — jacky @ 11:45 pm

Questionário interactivo

 

Felizmente há luar – V/F

Filed under: generalidades — jacky @ 11:43 pm

Questionário interactivo

 

Kikas 11/05/2015

Filed under: generalidades — jacky @ 10:25 pm
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Kikas,

Companheiro de todos os dias, estiveste sempre ao meu lado, nos dias solarengos e nos dias cinzentos. Mantiveste a tua presença fiel mesmo quando estava na mó de baixo e “certos amigos” atravessavam a rua para não me cumprimentar.
Aprendeste a conhecer-me e sabias quando devias andar atrás de mim em dias de amorizade ou esconder-te debaixo da cama em dias de fúria.
Nunca te importavas se eu estava com o TPM, o Evax ou a cueca de gola alta, nem se eu tinha os pés sujos ou mal cheirosos. Nunca gozaste com as minhas falhas nem me viraste a cauda quando estava mal disposta.
Obrigaste-me a vestir-me nos dias em que só me apetecia estar de pijama e a conversar com pessoas que também tinham cães. Para alguns passei a ser a dona do Kikas e para outros passaste a ser o cão da Jacqueline.
Não foste só meu cão, foste o mano do Mário Pinto e da Sara, o cão adoptivo da Mariana Nascimento e fizeste muitas crianças felizes porque nunca recusaste uma festinha, mesmo quando já eras velhote. Ainda o mês passado, um grupo de 7 crianças ciganas encheram-te de festas, às vezes, um pouco entusiasmadas demais mas tu compreendeste a euforia deles. Muitos foram felizes a fazerem-te festas.
Eras o Neca do avô Lima, o Kinkinhas do Zé Nuno e o Kikas António da Fátima. Foste passeado por muitas pessoas e viajaste muitos quilómetros entre Porto-Lisboa.
Sim, às vezes, roubavas-me os lenços de papel dos bolsos muito ranhosos que desfazias pela casa toda, fazias-me negras nas pernas quando saltavas à minha chegada, enchias-me a roupa de pelos e eras massacrante quando as cadelas estavam com o cio.
Tudo valeu a pena, porque o teu olhar nunca foi de reprovação. O teu olhar dizia-me que eu era a pessoa mais linda do mundo.
Foste o meu único cão e para sempre será O CÃO!

Hoje adormeceste pela última vez nos meus braços, tranquilo e amado. Não estou triste porque sei que agora estarás no paraíso dos cães: um mundo muito verde, recheado de relva, postes e árvores! Estarás agarrado ao teu brinquedo que não darás a ninguém. Das nuvens, choverão ossos e a Nossa Cenoura dos Barbecues fará grelhar muitos frangos para te encher a pança. Serás eternamente jovem e recordado com todo o amor que só um cão sabe reflectir no seu olhar.

Adoro-te Kikas e sempre adorarei heart emoticon

Jacqueline
11.05.2015

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Junho 2007

 

Sonho 12/03/2015

Filed under: devaneios da jacky — jacky @ 10:41 am

A mente vagueia de noite. Anda por recantos onde estão guardados desejos reprimidos. Leva-nos a lugares remotos, por vezes, junto a desconhecidos ou pessoas do dia a dia e sonhamos.
Imagens formam-se com algum sentido em ambientes irreais. Desejos inconcretizáveis realizam-se e são deliciosos.
O despertador arranca-nos do calor e acordar não é possível. O onírico continua onde tinha sido interrompido, intermitente, como um filme ao qual se cortou algumas imagens.
Acorda-se de vez, ainda com o sonho presente e ainda irradia sensações prazerosas. A vida continua numa realidade paralela, em que sonhos como esses nunca se tornaram realidade e é por isso que eles sabem tão bem…

 

Senhoras Donas e Gaijas 08/03/2015

Filed under: generalidades — jacky @ 11:56 am

Hoje, é o dia das senhoras donas e das gaijas*.
As senhoras donas não perdem uma oportunidade para lixar as gaijas, de quem têm uma secreta inveja.
As senhoras donas também são mães, mas só dos rapazes porque quando lhes sai uma menina na rifa trata-na mal, porque será uma futura competidora.
As senhoras donas andam sempre no corte e cose a dizer mal desta e daquela, na maldicência, apenas pelo prazer de achincalhar.

E depois há as gaijas, as que riem alto, as de pêlo na benta, as que choram baba e ranho nos filmes, as que andam de mini-saia mesmo com o coxame avantajado, as que sabem dizer que sim e que não, as que deixam o que estiverem a fazer para acudir outras gaijas.
As gaijas verdadeiras são amigas e leais ao gaijedo e às gaijas. As gaijas têm ataques de riso, assumem-se como são, de borbulha na cara, com estrias na barriga e celulite na perna porque já foram mães e não são escravas da moda nem fazem batota com o photoshop.
As gaijas a sério indignam-se quando sabem de alguma mulher que é maltratada, rebaixada ou humilhada porque têm orgulho de quem são e gostariam que todas as gaijas pudessem ser felizes.
As gaijas são boas a tudo, desde que queiram, as que têm miolos e talento e são persistentes e trabalhadoras. As gaijas são o sexo fraco porque o poder não lhes sobe à cabeça, nem precisam da força para provarem que são boas.

Hoje, a minha homenagem vai às gaijas e às senhoras donas nem por isso, pois elas apenas recolhem o fruto do trabalho das gaijas que lutaram para que pudessem votar, pudessem vestir o que lhes desse na gana e pudessem falar e trabalhar onde quisessem.

Gaijas, vocês sabem quem são e adoro-vos! Obrigada! Continuemos a lutar pela 1 em 3 que continua a ser violentada em todo o mundo, porque elas também merecem serem gaijas!

* gaija é diferente de gaja e quem me conhece sabe qual é a diferença!

 

achincalhar versus compreender 28/02/2015

Filed under: generalidades — jacky @ 8:59 pm

Sara,

Ainda és muito pequenina para compreenderes o quanto as pessoas podem ser más umas para as outras, principalmente as mulheres umas com as outras.
Claro que é mais fácil achincalhar, é mais fácil criticar, é mais fácil maldizer, é mais fácil julgar, é mais fácil condenar porque simplesmente não dá trabalho nenhum.
O contrário é que é trabalhoso: tentar pores-te na pele de outra pessoa para sentir o mundo de outra forma é difícil, tentar veres pelos olhos de outrém pressupõe muita criatividade, tentar compreenderes outras formas de pensar e de estar na vida requer muito trabalho intelectual.
O que é fácil é discutir com quem não concorda connosco porque chegar a um compromisso é mais trabalhoso. O que é fácil é guardar rancor de quem nos magoou, pois perdoar pressupõe limpar os maus pensamentos e isso é complicado. O que é fácil é gozar com as pessoas que têm comportamentos diferentes dos nossos, quando não queremos compreender o motivo porque os têm. O negativo é sempre fácil, já que é o mesmo que deixar andar. O positivo é que é difícil porque exige sairmos do comodismo diário e agir.
Sara, durante toda a tua vida vais ser criticada e gozada por muita gente, gente que pouco pensa e pouco faz, por isso não vale a pena melindrares-te com o que vai dizer por aí, gente assim não te é nada e quem não é teu amigo não te afecta.
Filha, vou estar sempre incondicionalmente do teu lado, sempre a querer compreender-te!

Adoro-te!
28.02.2015

 

Como eu imagino os heterónimos de Pessoa perante uma pedra! 11/02/2015

Filed under: poesia — jacky @ 10:10 pm
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Como eu imagino os heterónimos de Fernando Pessoa perante uma pedra:

Alberto Caeiro: Esta pedra é cinzento como o ceú em dias de tempestade. Estou a fruir a pedra tal como é no momento presente.

Ricardo Reis: A beleza desta pedra é comparável a um poema de Virgílio, em local ameno, num dia perfeito de Primavera. Carpe diem, pedra! Mas devagarinho, sem prazeres excessivos, porque vamos todos morrer e o melhor é ficarmos parados.

Álvaro de Campos( 2º fase: futurista): Adoro esta pedra! Pedras, pedras, pedras! Vou atirar pedras! Bing! Bing! Boing! Ricochete etc e tal. Adoro as pedras do mundo inteiro, as rochas e os penedos e as montanhas. Eu quero abraçar as pedras todas do Universo até as da Lua! UUUUUUUuuuuhUUUUUUhhhhh Pedras! PEDRAS!!!! Peeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeedraaaaaaaaaaaaaaaaaaas!