Seria insensato pensar que a amizade é um sentimento sentido por todos, da mesma forma. O ser humano relaciona-se com os outros através da sua própria percepção, filtrando o mundo através da sua grelha de saberes, experiências e vivências anteriores.
Hoje vou falar sobre a amizade depressiva.
A amizade depressiva surge quando alguém que se sente em baixo se aproxima de nós para lhe darmos apoio. Sentimo-nos lisonjeados porque alguém reconhece em nós um psicólogo em potência, como se fôssemos mais confortáveis que o próprio divã de um psiquiatra. Seguimos de perto a amizade depressiva, tornamo-nos disponíveis porque sabemos que alguém precisa de nós. Ouvimos dias e dias as mesmas lamentações, passamos horas ao telefone ou até em presença a prestar atenção a confidências e até segredos sombrios. que não gostamos de descobrir, mas se não formos nós quem o fará? Por vezes, até prejudicamos outras pessoas (familiares, amigos, amores) não estando com elas para dar assistência a amizade depressiva. A verdade é que a amizade retribui, é capaz de fazer qualquer coisa por nós, gosta também de saber que pode dar uma certa dose de reciprocidade. No fundo, o que é a amizade, senão uma certa entre-ajuda, uma certa reciprocidade nos sentimentos e nas acções?
E há um momento em que a amizade depressiva melhora e ficamos contentes. Já não somos imprescindíveis mas também era um fardo pesado de se carregar, ter a sensação que uma vida depende de nós e podermos falhar. A amizade depressiva passa a amizade simples.
E depois há um dia, em que por motivos externos ou internos, a vida nos deita abaixo e somos nós que entristecemos, sentimo-nos infelizes e precisamos de alguém. Decidimos recorrer a quem já passou por isso. Achamos que sim, poderá compreender-nos, ouvir-nos, prestar a atenção que precisamos. Pensamos que as sementes de amizade que andámos a plantar tantos meses, tantos anos, deram fruto e que podemos colher palavras de carinho, conforto e amizade, tempo de partilha e toda a disponibilidade que puder. Pois é… O problema é que muitas vezes isso não acontece. Ouvem umas vezes, mas outras nem atendem o telefone. Aparecem umas vezes e outras nem sabemos onde estão. A reciprocidade não funcionou, estão ocupados com os seus afazeres, com outras pessoas e o tempo que nos sobra é quase nenhum. Ao fim duns tempos, compreendemos que, se dependermos dessa pessoa para nos rerguermos, que bem ficamos abaixo de cão, sabemos que estamos sozinhos e que se quisermos passar a perna à depressão, só o poderemos fazer por nós próprios ou com a ajuda de alguém com que por vezes nem sequer temos muita confiança.
A vida continua e a depressão acaba por passar, mas houve algo que se quebrou: um pequeno fosso que já se torna difícil de se ultrapassar. É precisa a construção de uma ponte, mas não do nosso lado, para a amizade poder sobreviver… E assim é a história da maioria das amizades depressivas, salvo raras excepções…
Dedico este texto às minhas amigas Paula Tinoco, Carmito e Cristina Vilar, que sabem o que eu quero dizer com isto e às minhas amigas do flickr (Ana, Carmem, Claudia, Dina, Filipa, Janaina, Joy, Laura, Liliana, Maria, Maria João, Orit, Ritas, Tara, Terrie) que, embora «virtuais» me deram a mão (por telefone, por sms, por email, com presentes inesperados) quando precisei, obrigada!
Olá amorizade,
quando eu for grande quero ser como tu! Uma grande pessoa com um grande coração.
Ao ler as tuas palavras sinto-me minuscula.
Bjs
Foste desafiada pela Corrente de Livros.
Sobre isto, o que posso dizer é que também já tive esta experiência. Acho que é mesmo assim, nem sempre quem precisa de ajuda será a melhor pessoa para ajudar, depois. Todos temos virtudes diferentes. Outras pessoas nos terão essa capacidade especial de nos compreender e ajudar.
Lembro-me sempre de uma canção que havia quando era miúdo que dizia “Se tu tiveres de pedir/não peças a quem pediu/e se tiveres de servir/não sirvas a quem serviu”. Neste caso parece que é verdade.
Bejinhos
P.S: Jacky, antes que perguntes de novo, ainda não desisti de voltar a actualizar o meu blog. Não tenho tido é tempo para nada. A qualquer momento o blog pode voltar à vida 🙂
A ingratidão é das características menos bonitas das pessoas, e para teres um blog chamado amorizade é porque levas a sério as amizades, mas também te deves te decepcionar mais visto que tens a fasquia muito alta, também eu já tive ingratidões de pessoas que ajudei, agora o problema cara Jacky é deixares endurecer o coração fruto das decepções… infelizmente talvez tenhas de filtrar no futuro as amizades, porque é muito bonito o amor dado livremente a toda a gente, mas isso tem um custo: o custo das energias e tempo e como sabem é limitado [[]]´s cc
Bom Dia 😀
Eu estou a passar por uma face destas, gostava imenso de falar com alguem que já tenha passado pelo mesmo que eu! seria uma óptima ajuda! Ficarei á espera de uma ajuda (enviem-me emails e coloquem no assunto “Amizades Depressivas”.
Grande Blog 😀
Beijinhos,
Quina.
DEUS É TEU MELHOR AMIGO, EN TODOS OS MOMENTOS, QUE VC, PRESIZA DEUS ELE SE INPORTA CONTIGO, MUITO MAIS DO QUE VC IMAGINA DEUS TE CONSIDERA MUITO…. ESPEÇIAL, MUITO…. INPORTANTE, DEUS TEN MUITO… AMOR… PARA TE DAR…. ELE TEN UMA GRANDE RESPOSTA PARA TE DAR, ELE NÃO SE ESQUEÇEL, DE VC.ELE TE AMA… OUÇA AM 1.210 24HS
A depressão está se tornando muito comum. Todo mundo corre atrás de realizações pessoais, ser o melhor, comprar, e isto tudo quando não é possivel frusta a pessoa. A frustação é um caminho para a depressão. No mundo consumista e os governos brasileiros alheios as pessoas , onde tudo paga, tudo tem que ter fila , o Brasil se tornou um país super capitalista. Tudo tem que ter dinheiro. Eu gostaria de reunir pessoas e criar uma fazenda para morar e tratar de pessoas com depressão. Mas é muito difícil no Brasil. Todo mundo tem mêdo, eh egoista . Moro em Belo Horizonte – MG , sou engenheiro aposentado pelo INSS,, tenho 54 anos e sou também um depressivo , mas tomo remédio . Se alguém quizer fazer amizade, ou construir juntos alguma coisa , ligue pra mim ou meu email: cel.: 31 89182680 dddmc@bol.com.br